chuva!
goteira na lajota
pinga no i e no j
olho
por olho
me recolho
o candidato
era branco
cândido era o mulato
na lua cheia
escuto
o céu transbordar
neste árido céu
nenhuma nuvem
minguante
no mar
venta
bolhas
chuva molha quando desce
quando sobe
silêncio floresce
no silêncio
só o silêncio
toca
cama de mala
uma dorminhante
sonha na calçada
coliforme informacional
o Brasil fede
a jornal nacional
rabisco
isca de palavras
isso!
the codifiCAGE
decodifiCAGE
John Cage
bocejo
gracejo sem verbo
ré no universo
na vacuidade do viver
brilha
a careca de saber
obra tátil-visuolfativa
o coco
concretiza
se engravidar ao contrário
a vida
volta ao donatário?
a vida custa
uma grisalha andança
e nove meses de esperança
nenhuma vaga
vaga
do lugar
Fica o que finca
Finta o que foi
Finca o que faz
o urso russo
coça o buço
quando pousa um entrusco
o bom do viver
é ficar maduro
sem apodrecer

guarda
o guarda-chuva
um ser torrencial
folheando
folheando folheando
começo arvoresser
folheando os dias
a árvore
no tempo anda
vogais em voga:
O EU
AI
amanhece a natureza
com orvalhos
na sombrancelha
Bashô em mim
um haikai
via wifi
Pausa!
para andropausa
Passar
Vagalume
Extra-vagante
Vaga-luminante
na certa
o erro
vai dar o que falar
seguindo as árvores
pegadas
de outono
depois da chuva
a natureza
toma forma no cheiro
depois do nu
na mais bela veste
o amor